Poucas pessoas são lógicas. Em sua grande maioria são prevenidas, preconceituosas, sectárias, separatistas, tendenciosas, alienadas das realidades, e, em grande parte das vezes as pessoas são inutilizadas por noções preconcebidas, são movidas por preconceitos e estereótipos, pelos interesses menos dignos, pela fixação no próprio umbigo, pelo ciúme, pelo egoísmo, pela ambição sem medidas, pelos medos, pela soberba, pelo orgulho, pela ignorância, seja ela falsa quando convém ou real, e, principalmente pela mãe de todos os sentimentos negativos: a inveja. Muitas vezes as pessoas não querem mudar suas ideias sobre trabalho, sobre a sua maneira de fazer as coisas, sobre seus conceitos religiosos, sobre a moda, sobre a maneira de entender a Agricultura, a Sustentabilidade, a Mineração, o Meio Ambiente, a Ecologia, sobre as diferenças, sobre política, sobre futebol, sobre qualquer coisa, embora, algumas pessoas consigam mudar seus pensamentos sem grandes resistências ou emoções fortes, como atribuir valor econômico à Natureza por exemplo. Os ambientalistas tendem a amar a Natureza como ela é, a apreciar a vida ao ar livre e acreditar que seus filhos e as futuras gerações herdarão um mundo tão vibrante e diversificado quanto o que eles conheceram. Porém, podemos mudar nossa ideia e entender que podemos fazer tudo isso e muito mais, buscando na Economia, as condições de atribuição de valor, principalmente valor agregado, aos benefícios oriundos da mãe Natureza, como por exemplo, garantir água potável, madeira e minérios para que todos possam beber água limpa descontaminada, comer com saúde, construir casas, construir móveis e utilizar veículos ecologicamente corretos, valorizando ao mesmo tempo a alimentação natural e a utilização de energias renováveis.
Valorizar a Natureza não significa substituir um conjunto de argumentos em favor da conservação ambiental por outro, mas, fornece uma base lógica adicional, acoplada ao verdadeiro senso de razão, muito mais importante para proteger o meio ambiente, desde que trabalhemos utilizando com Ciência, Tecnologia e Sabedoria, os princípios da Sustentabilidade, os melhores conhecimentos da Agricultura Familiar, procurando ao mesmo tempo efetuar a prática do reflorestamento e da captação de CO2, entender e aplicar os melhores conceitos de uma Pecuária saudável não poluente, a instituição de projetos de recuperação de pastagens degradadas, projetos de piscicultura, projetos de habitação popular desenvolvidos com critério, projetos autossustentáveis visando o apoio às comunidades com a instituição de projetos sociais e humanitários, e o desenvolvimento de processos não contaminantes nas Minerações, e nos garimpos, quebrando paradigmas, planejando tudo dentro dos conceitos ideais da Sustentabilidade e verdadeiro apoio à manutenção do meio ambiente.
Entretanto, na maioria das vezes, não mudam suas opiniões e conceitos nunca, utilizando-se de extrema teimosia, mesmo sabendo que estão erradas e assistem impassíveis escândalos em cima de escândalo, teimando em votar em velhos políticos sabidamente corruptos e charlatões. E, quando alguém até por amor ao próximo, tenta de alguma forma dizer ou provar que por qualquer motivo, as pessoas estão erradas, ou equivocadas em suas convicções, as mágoas aparecem de maneira inexorável e os corações se endurecem em disputas eivadas de pura teimosia, orgulho ferido e arrogância. Isso acontece porque, as pessoas são incrivelmente negligentes na formação das suas crenças mais arraigadas, e, enchem-se de uma ilícita paixão por estas crenças quando alguém se propõe a subtraí-las da sua companhia. Portanto, não são as ideias das pessoas que lhes são caras. Mas sim, o seu amor próprio, orgulho ferido, vaidade e teimosia que ficam ameaçados, e assim persistem em erros atrozes e fatais, levando os mais fracos de mente, neste torvelinho de perigosas ilusões e desencantos.
Por isso, que é pura perda de tempo, discutir ou debater quem tem razão, porque, vivemos em um país amorfo onde a mesma inexiste. A razão filosófica, a razão afetiva, a razão emanada do pensamento lógico, a razão provinda do senso de Justiça, é uma sombra fugaz nas brumas de entendimentos confusos, vividos por comunidades conturbadas, eticamente corrompidas e moralmente falidas, porque, está divorciada da Lógica. Vivemos sem razão e sem Lógica, vivemos portanto, sem o exercício constante da Ética e da Moral, porque, vivemos como desconhecedores da razão, vivemos como órfãos da mesma, simplesmente porque, esta, não comparece aos encontros que tentamos marcar com ela, seja por timidez, seja por desencanto, seja por ausência da sua vontade de existir como essência do pensamento brasileiro, seja porque, a razão quando abalada em suas convicções torna-se ambígua, ignorante das responsabilidades e joguete das forças involutivas, passando assim a agir como agente do medo em vez de promotora da melhoria social. A culpa é do país? A culpa é da Sociedade acomodada a este estado de torpor endêmico? Existe culpa? Ou haverá apenas uma monumental e esfarrapada desculpa para explicar de maneira canhestra a síndrome do fracasso coletivo, que se esconde atrás de símbolos, logos, bandeiras, tendências rotulares de ideologias esvaídas? Eu diria que é muito fácil achar-se culpa e culpados nos estados de frustração coletiva.
Não há culpa, nem culpados, nem as tendências e ideias são culpadas. O que há é complacência generalizada com o mal, omissão perante ele e complacência com os estados de delírio tendenciosos em todas as suas formas. O dualismo eterno entre o bem o mal, pende um ou outro lado da balança, quando existe a omissão de haver um posicionamento efetivo para o que é certo, evidenciado pela correta utilização do livre arbítrio, e a desconsideração motivada por peculiaridades egoísticas para o que é ruim. Esta é a posição do Brasil, hoje. Um país que vive sem o beneplácito da razão, afastado da Ética e da decência e portanto, dos efetivos benefícios da Moral e da legítima Justiça, permanecendo divorciado da Lógica e do livre pensamento ativo e coerente, sendo assim presa fácil das ilações fantasiosas, das falácias intermináveis, das mentiras incontáveis, da negligência moral e do pensamento irracional de todas as tendências principalmente as ideológicas.
José Barbosa Leite
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