A cultura do milho no AGRONEGÓCIO brasileiro, vem, há tempos, passando por grandes transformações. Essa evolução deve-se a diversos fatores: a melhora do uso do solo por meio de novas tecnologias, a escolha e a utilização dos defensivos e fertilizantes minerais naturais, complementos minerais naturais para os solos, projetos auto sustentáveis, aplicação dos princípios da Sustentabilidade, melhoria dos projetos de Agricultura Familiar, da Pecuária, da Piscicultura, da Avicultura, e, principalmente, o uso de cultivares científicos, modernos bem específicos para cada situação agrícola e propósito. Mas no meu entendimento, independente das práticas de plantio de milho para rotação de solo nas lavouras de soja o chamado milho da safrinha, o Brasil deve estimular a produção intensiva de milho nas pequenas propriedades visando a sua industrialização, e distribuição em termos regionais, sendo a sua produção estimulada nas micro propriedades. Um ponto micro econômico, no entanto, é comum a todos os que trabalham com a cultura do milho: a busca pela redução do custo unitário de produção. Essa meta tão necessária à liquidez corrente das famílias voltadas aos procedimentos de AGRICULTURA FAMILIAR pode ser alcançada, tanto pelo aumento GRADUAL, MAS CONSTANTE da produtividade nas roças, com custo e risco crescentes, como pela redução dos gastos, sem prejuízo da rentabilidade. É obvio que não é mais possível, em condições normais, esperar preços elevados para este cereal tão importante para o mundo. O milho faz parte de uma longa cadeia produtiva, que se inicia no campo e termina fora do Brasil. É bom lembrar que as commodities clássicas estão com preços aviltados e nossa moeda, desde os primórdios do REAL, vem se valorizando frente às outras. Se o preço praticado não for adequado aos seus negócios, avicultores, suinocultores, exportadores e industriais não terão como pagar, perderão mercados e as suas vendas cairão, comprarão menos ou importarão, derrubando o preço do milho nacional e exportando divisas.
O ideal é que o pequeno agricultor voltado à AGRICULTURA FAMILIAR, obtenha boas produtividades para o MILHO a custos baixos, participando em conjunto em um programa dinâmico de desenvolvimento integrado de novos cultivares rústicos mas tecnológicos, capazes de produzir de forma mais acelerada, ótimas safras de MILHO, a custos significativamente inferiores. O segredo é simples: uso de tecnologias que permitam a produção de sementes de baixo custo com produtividades compatíveis com o ainda muito baixo e incipiente, rudimentar, conhecimento tecnológico da cultura do milho, dado inclusive às escassíssimas informações e complementações tecnológicas provindas do ínfimo e quase nulo patamar tecnológico da grande maioria dos agricultores familiares do Brasil. A solução é levarmos cultivares específicos de milho rústico aplicado a tecnologia de sementes para diversos fins, para as pequenas propriedades com apoio tecnológico. Esses cultivares, obtidos por vários métodos de seleção, serão adaptados aos mais diversos tipos de solos e regiões do país, principalmente no que concerne à acidez pela presença de alumínio tóxico. Os novos cultivares de milho híbrido cientificamente produzidos são tolerantes aos efeitos dos veranicos e resistem bem às doenças e pragas. Podem ser cultivados na "safra" (semeadura de setembro a dezembro) ou na "safrinha" (janeiro em diante) e usados com a finalidade de produção de grãos ou silagem, sendo, ainda, recomendados no sistema de integração agricultura/pecuária. Com essa gama de atributos, os cultivares de milho desenvolvidos pelas novas tecnologias do milho, estarão contribuindo para diminuir o custo de produção pois permitirão produtividades satisfatórias pelos agricultores. Será comum, com esses cultivares, obterem-se produtividades de 6.600 quilos ou 110 sacos por hectare (266 sacos por alqueire) com reduzido custo de produção, números estes que serão altamente satisfatórios para os nossos efetivos propósitos dentro dos nossos macro projetos. Como já é de conhecimento do produtor, os cuidados básicos para essa cultura não podem ser negligenciados. O correto preparo do solo, a correção e adubação mínimas, mas equilibradas, tanto na semeadura quanto na cobertura, a regulagem de máquinas no campo, a rotação de culturas favorecendo a reciclagem de nutrientes e o controle de formigas e plantas invasoras na primeira fase da lavoura são detalhes que não devem ser relegados, apesar da rusticidade desses cultivares. É de fundamental importância, a correta distribuição das sementes na implantação da cultura visando à obtenção do estande ideal para o cultivar o milho escolhido, considerando-se, ainda, o tipo de solo, adubação, época de plantio etc. Com esses cuidados, e usando cultivares rústicos e produtivos, aplicando-se uma nova maneira peculiar e diferente de trabalhar sempre com foco direto e objetivo, nas ações que redundem em ganhos sociais a ser auferido na produção do MILHO, com certeza poderemos agregar na micro propriedade: MANDIOCA; ABÓBORA E FEIJÃO tendo como consequência o lucro preponderante. Porém, para auferir este lucro, todas as ações de interação entre as diferentes commodities, existentes na cesta de produtos necessários ao justo equilíbrio das contas da agricultura familiar tem que ser conjuntas. O objetivo é trabalhar em uníssono em cadeia contínua e desenvolver as melhores possíveis condições de integração extremamente viáveis, a serem desenvolvidas em pontos e links justapostos de maneira a otimizar em escala gradiente os processo produtivo visando menores custos e aumento progressivo de rentabilidade. Não podemos ainda trabalhar com esta diversificação de culturas em escala a partir dos micro pontos, se ao mesmo tempo não viabilizarmos também as questões energéticas e de infraestrutura sanitária e higiênica das micro, muito pequenas e pequenas propriedades.
José Barbosa Leite
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