Estacionei o carro de bambu com suave design de folha de árvore, estabilizando os pneus esféricos de biomassa em forma de bola maciça unidos à fibra vegetal de fécula de casca de mandioca formatadora do chassi aerodinâmico e anatômico, por um sistema aerado de levitação magnética em Delta H, e comprei o combustível para trinta dias do veículo: uma cápsula de nanocristais de silício somatizado a Lítio 1000, em cujas bordas evidenciavam-se compostos de hidretos nanoestruturados com um diâmetro médio de 3,5 nannômetros dispostos em área algébrica linear, suficiente para absorver os raios do sol na faixa do infravermelho, provindo da luz visível ultravioleta apropriada a converter o dióxido de carbono gasoso provindo do CO2 impregnado na atmosfera durante o distante século XX, em monóxido de carbono. Paguei a cápsula de silício com o comando da íris em uma tela de obturação múltipla, e, com leitura dinâmica potencializada em escala Mash, li os jornais do dia na tela de cristal líquido sobre a mesa de quartzo do café da manhã, servido por uma simpática robot de bumbum grande tropical na loja de conveniência. Levantei e, com um dois toques do indicador mudei a cor da minha camisa Polo, feita de fibra de soja, tecido sustentável 100% biodegradável produzido a partir de resíduos de fabricação de tofu. Posso mudar as cores da minha camisa quantas vezes eu quiser porque, ela é composta por microchips de silício que funcionam de maneira instantânea porque a proteína de soja é liquefeita e é imantada em chips verticais feitos de fios de cristal condutor e, em seguida, esticado em fibras longas, contínuas que são cortadas e processadas como qualquer outra fibra de fiação. Porque a soja tem alto teor de proteína, o tecido é muito receptivo a corantes naturais, por isso não há necessidade de corantes sintéticos. A fibra de soja é macia, delicada e mais resistente que a seda e o algodão que eram muito usados até o final da longínqua primeira década do ano 2.000 época bárbara quando ainda existiam jornais e revistas de papel, e como é completamente natural, também é biodegradável. E, após acionar o piloto automático em V-2, segui, ouvindo Vivaldi, em cinco canais supra-dimensionais de alcance até a quinta dimensão, sobre a suave pista de borracha maciça feita pela massa dos antigos pneus que foram utilizados até a década de 30, acredito eu que por volta de 2.030, ou 2.032, se não me engano, destes hoje distantes anos 2.000, até a praia, hoje despoluída após tantos anos de abandono, onde iniciei uma caminhada à beira mar até pisar em falso em uma pequena pedra pontiaguda, causando dor, a qual em um frame de segundo me trouxe de novo para Santos no ano de 2.019. Como somos frágeis: Uma simples pedrinha trás a gente de volta de qualquer salto quântico. Realmente não somos nada!
José Barbosa Leite
JBL World Consulting
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