Um dos graves problemas que existe e que nós do Agronegócio temos que resolver o mais rápido possível é a questão de conseguirmos realizar a curto prazo de forma urgente, a armazenagem de grãos nas fazendas. A região do meio norte e norte do nosso Mato Grosso não possui acesso a logística. E quando a possui ela assume painéis catastróficos com pistas de mão dupla em estradas totalmente esburacadas e muito mal recapeadas, com enormes panelas assombrando os motoristas que tem que passar raspando nas carretas que vem do lado contrário da estrada sem ter acostamento para poder parar ou escapar de abalroamentos em casos de necessidade. Porque, as estradas do Mato Grosso não tem acostamento por incrível que pareça!!! Além destas estradas já muito ruins e defasadas estarem quase sempre interrompidas, ainda temos que enfrentar pontes quebradas, enchentes dos córregos e rios, mata burros que mais parecem crateras e um déficit crônico e histórico na capacidade local de armazenagem. O pior é que quando chega no pico da safra no período de janeiro e fevereiro, como estamos inseridos na Amazônia legal, ainda sofremos o impacto de fortes chuvas, como as que ocorreram no início do ano, principalmente no mês de fevereiro quando as chuvas no Mato Grosso formaram um verdadeiro dilúvio. Como não temos armazéns suficientes o teor de umidade do soja foi de 25% a 32% muito acima do nível ideal de no máximo 18%.Sem silos nas fazendas a maioria dos produtores do Mato Grosso tiveram perdas superiores a 15% da produção do soja.Com grandes volumes do soja chegando simultâneamente aos poucos armazéns com os altos teores de umidade que ocorreram, o tempo de secagem se estendeu, e as filas de espera dos caminhões nas unidades de secagem chegava no final de fevereiro e na primeira quinzena de março a mais de 48 horas, e, em alguns dias a 72 horas. Fato que acarretava uma maior incidência de grãos ardidos e mofados, ocasionando graves prejuízos aos produtores. O Mato Grosso tem capacidade de armazenar apenas 65% da safra. Os 35% restantes tem que ser escoados logo após a colheita fato este que conduz aos grandes congestionamentos nas estradas, já inviáveis em função das condições já citadas nas linhas acima. Um silo para 4.800 toneladas de grãos, com todas as instalações e as obras civis necessárias para a sua implantação, custa por volta de R$ 4 milhões e o governo disponibiliza desde o ano passado financiamentos específicos para silagem e armazenagem. Porém, muito embora existam as linhas de crédito no Banco do Brasil, elas são liberadas de acordo com os níveis de cadastro e endividamento dos produtores, que via de regra encontram-se totalmente tomados. Muitos produtores, estão no SERASA, a esmagadora maioria já está com todos os limites comprometidos com os bancos e tradings, e o rigor de análise de crédito do BB é histórico. Assim fica difícil resolver-se esta equação. Minha sugestão é a formação de consórcios específicos voltados à construção de silos com a utilização de materiais pré-moldados de concreto celular, bem como a criação de empresas terceirizadoras de silos temporários. Estamos envolvidos na criação de um mega consórcio inédito para financiamento auto sustentável de silos, recebendo pagamento da construção dos mesmos em CPRs, além da criação de um pool de empresas, voltado a instalação de silos temporários dentro das fazendas, que temos certeza irá resolver o problema. O projeto é de minha autoria, bem como a Joint Venture que gerei com uma empresa de construção rápida de galpões e silos em alvenaria veloz e ecológica. É mais uma vez a aplicação da SUSTENTABILIDADE na Economia.
José Barbosa Leite
JBL World Consulting
www.jblworldconsulting.com
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