A tradicional teoria macroeconômica sempre apresentou as taxas de juros como uma variável de crucial importância para as decisões de investimento das empresas. A importância desta variável resulta de sua atuação nos dois lados de uma algébrica equação de investimentos. De um lado, é parâmetro de comparação com as taxas esperadas de retorno das aplicações em bens de capital, renda variável representada por ações, e em títulos de renda fixa. De outro lado, é também uma variável paramétrica, dado que a maior parte dos investimentos de alta expressão é via de regra, alavancada por empréstimos e financiamentos diversos concedidos pelo setor financeiro. Porém, tanto em um vetor como no outro, os investimentos realizar-se-ão somente se os fluxos esperados de rendimentos líquidos, em PV – (valor presente), superarem as taxas de juros praticadas no setor financeiro da Economia. A sequência dos rendimentos esperados é portanto, derivada do preço de oferta dos bens de capital, em relação à qual se estabelecem as taxas de rendimento interno em valor presente. A esta sequência, definida por Keynes como eficiência marginal do capital (EMgK), contrapõe-se os coeficientes de descontos (taxas de juros) com que o mercado de títulos cota as promessas de pagamento para o futuro. Dentro da eficiência marginal, as taxas de juros crescem capitalizadas em uma verdadeira pirâmide de juros sobre juros compostos, porque, é necessário que os coeficientes tenham valor maior do que o valor do lucro previsto na venda efetiva das mercadorias, de forma a remunerar com vantagem especulativa o empréstimo concedido pelo detentor do capital para quem produz a mercadoria, causando um acúmulo de coeficientes que ao serem somados aos anteriores provocam um aumento nesta artificial remuneração do capital investido que passa a ser meramente especulativo do que produtivo, estimulando a usura e o ganho financeiro em vez da franca produção e do ganho provindo do labor. Assim, aquele que necessitou de capital de giro para produzir, para não perder para a concorrência, diminui a qualidade das suas matérias primas, visando baixar seus custos, prejudicados pela incidência dos juros sobre juros capitalizados e recapitalizados “ad infinitum”. Para minimizar os prejuízos ainda mais, o produtor, seja o da commodity primária como o agregador de valor à mesma, provoca uma instabilidade de preços em seus próprios produtos, somando aos mesmos o valor a ser pago nas taxas de juros capitalizadas, aumentando consideravelmente o valor dos mesmos junto aos consumidores finais e anulando planejamentos de médio e longo prazo. Esta condição quebra a corrente positiva da sustentabilidade geradora de uma positiva energia social, humana e produtiva, criando uma infra corrente geradora de energia negativa porque, rompe-se a autossuficiência da qualidade, a possibilidade do equilíbrio das contas bem como da produção independente, desde a fonte produtora, ao industrial transformador da commodity primária, deste ao atacadista, e, deste ao varejista, já acumulado por uma imensa carga tributária até o consumidor final sempre e cada vez mais penalizado pelo peso de todas estas condições somadas e multiplicadas pelos tributos incidentes em cada elo desta pérfida corrente que ainda o conduz por isso mesmo, a outra teia de empréstimos formadora de um moto perpétuo cada vez mais difícil, insuflador do custo de vida e perpetuador da espiral inflacionária.
Minha visão é a de que, o mercado produtivo hoje inserido em uma acirrada condição de competitividade deva investir diretamente no setor produtivo aplicando seus recursos financeiros excedentes em TRADINGS COMPANIES e não em Bancos.
A TRADING tem a possibilidade apresentar aos investidores, alguns tipos de papéis bem atraentes. No caso de produtos agrícolas e pecuários, podemos citar a CPR – CÉDULA DE PRODUTO RURAL; CRA – CERTIFICADO DE RECEBÍVEL DO AGRONEGÓCIO e o WA – (warrants). No caso de minérios: CMFGS; CCIs – CÉDULAS DE CRÉDITO INDUSTRIAL e NCIs – NOTAS DE CRÉDITO INDUSTRIAL. No caso de produtos manufaturados, COMMERCIAL PAPERS, LCIs, NCIs, entre outros.
Meu plano funciona da seguinte maneira, citando como exemplo deste meu exercício, o setor agrícola: A TRADING compra CPRs FÍSICAS, em Reais, diretamente de produtores rurais ou cooperativas de uma determinada commodity, por um preço de atacado que seja realmente interessante dentro do seu planejamento financeiro, com deságio bem inferior ao dos bancos, para ela poder atender tanto o mercado interno como o mercado externo de forma competitiva, quando da entrega das mercadorias físicas constantes da CPR dentro de um prazo de vinte e quatro meses, ficando dona das Cédulas. Moto contínuo vai ao mercado consumidor daquela commodity, principalmente as empresas industriais que trabalham com as mesmas, como matéria prima e sobre elas agregam valor, vendendo produtos derivados das mesmas ao mercado consumidor. Então, a TRADING fecha com estas empresas industriais agregadoras de valor às commodities contratos imediatos de exportação de mercadoria física dos seus produtos de valor agregado (por exemplo: leite em pó; amido de milho; fubá; farinha de milho; glicose de milho; melado; farinha de arroz; arroz parabolizado ensacado; óleo de arroz; óleo de soja; farinha de soja; charque; farinha de mandioca; farofas temperadas; farinha de trigo, etc.), utilizando como parte do pagamento das mercadorias industrializadas para exportação, as CPRs físicas das commodities (leite; carne bovina; carne suína; frango; milho; soja em grão; trigo, etc.), utilizadas pela indústria. Quando a TRADING receber a Carta de Crédito, estará recebendo o valor integral do contrato em moeda estrangeira forte. Separa seu lucro, agora engordado e bastante fortalecido pela diferença cambial, turbinado pelo atendimento rápido, e, repassa o saldo do pagamento ao industrial fornecedor das commodities com valor agregado, (produtos industrializados) que terá as seguintes vantagens em investir na TRADING: a) dentro de dois anos terá commodity física de qualidade, utilizada por ele como matéria prima, bem abaixo do valor de mercado, podendo planejar com segurança numérica, reinvestimentos seguros em sua fábrica, e auferir lucros maiores. b) otimizar o seu processo de venda, e fluxo contínuo de capital de giro com a segurança dos contratos de exportação fechados pela TRADING, sem pagar juros, ganhando competitividade, preço e qualidade. Este meu plano transformará as TRADINGS E AS CORRETORAS DE CÂMBIO em BANCOS DE ATIVOS REAIS.
José Barbosa Leite
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