O Brasil vive um momento diferente e por isso deve identificar um novo modelo de indústria. Um modelo onde a indústria seja menor que os dinossauros antigos como as grandes fábricas abandonadas do ABCD em São Paulo, transformando-se em aglomerados de micro e pequenas indústrias que se justaponham como uma colmeia operativa em pequenas cidades do interior, trabalhando como base de sua produção com as matérias primas regionais das regiões onde as indústrias estejam inseridas já de propósito para esta finalidade. Este novo sistema de agrupamento de pequenas indústrias é que verdadeiramente irá agregar valor às mercadorias brasileiras hoje vendidas para o exterior apenas como matérias primas, aproveitando inclusive os seus sub produtos, sobras e resíduos. Este fato apresenta as seguintes vantagens: a produção de matérias primas regionais aumenta, aumentando assim o número de trabalhadores no campo de trabalho sendo estas commodities minerais, agrícolas ou pecuárias. O aumento da produção das commodities enseja um maior fornecimento para as pequenas indústrias locais que por sua vez aumentam sua produção elevando o valor agregado das commodities ao mesmo tempo que se aumenta o mercado de consumo regional. O caju é um exemplo interessante. A fruta “in natura” tem um preço. Porém, as indústrias de transformação transformam o caju em pelo menos dez produtos diferentes onde cada um deles vale mais do que a fruta fresca. Exemplos: compota de caju; geleia de caju; caju seco; caju liofilizado; castanha de caju torrada e salgada; cajuína; pectina; pele de caju para enxertos humanos como substituto do tecido epitelial; suco de caju; refrigerante de caju; batida de caju; licor de caju; sorvete de caju; essência de caju; manteiga de caju; bife vegano, etc.
José Barbosa Leite
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