A análise dos problemas envolvendo a substituição da cobertura florestal natural por áreas agrícolas tem sido preocupante, não só pelos processos erosivos e redução da fertilidade dos solos agrícolas, mas também pela brutal extinção de espécies vegetais e animais, verificada nas últimas décadas, e suas interações que são de extrema importância para que os processos ecológicos continuem a acontecer. Apesar do meio ambiente ser entendido hoje como o conjunto dos recursos naturais e suas inter-relações com os seres vivos, é comum verificar que este conceito seja associado apenas ao “verde” da paisagem, à natureza ou à vida. Isto, de certa forma, tem deixado de considerar os recursos hídricos e questões relativas à poluição do ar, relegando, muitas vezes, a um segundo plano, o meio ambiente urbano, que nada mais é que um ecossistema criado pelo homem do qual somos parte integrante e ativa, ou seja, acabamos por esquecer o meio ambiente em que vivemos. A conservação da biodiversidade, as mudanças climáticas e, sobretudo, o novo modelo de desenvolvimento sustentável foram fundamentais para o reconhecimento da importância e urgência com que devem ser observadas as questões ambientais. A adoção de energias renováveis em todo o planeta, considerando legítimo que os blocos regionais de países estabelecessem tecnologias, metas e prazos para a implantação do desenvolvimento sustentável, foi um passo importante para a conservação ambiental. Proteger o meio ambiente não significa impedir o desenvolvimento. O que se faz necessário é promover o desenvolvimento em harmonia com o meio ambiente. Daí a ideia de “desenvolvimento sustentável”, que tomou corpo nas últimas décadas, no mundo todo. Porém no meu conceito desenvolvimento sustentável, pode e deve ser realizado sem necessidade de dinheiro NOVO. Tem que ser efetivado com os recursos financeiros, operacionais e naturais que já se tem, reformando-se os conceitos existentes e observando-se o maior número possível de novas tecnologias naturais e suas múltiplas aplicabilidades, desde que sejam tecnologias simples de utilização singela e objetiva. Quanto mais simples, e até rústicas na essência, mais eficientes.
Minhas sugestões básicas para o Centro–Oeste, região onde temos negócios e conheço bem:
1. Em vez de abrirmos novas fronteiras agrícolas, permaneçamos com as que já existem e vamos recuperar os pastos degradados abandonados, plantando neles, após a recuperação dos solos qualquer cultura que se queira, mas formando bolsões verdes de mata nativa os quais batizei de oásis do agronegócio.
2. Façamos cercas naturais com Eucalyptus citriodora e Neem, para segurar os ventos na roça.
3. Coloquemos pás de energia eólica para geração energética.
4. Plantemos hortas orgânicas, fruticultura orgânica para benefício das colônias.
5. Utilizemos processos de rochagem, fertilizantes e defensivos minerais naturais como o silicato de potássio, para recompor os solos.
6. Para quem planta soja, em vez de insistir com milho na safrinha, façamos a sua substituição por: feijão caupi, mandioca, sorgo e milheto.
7. Para quem planta cana de açúcar e algodão, fazer a rotação das lavouras com amendoim, visando o aproveitamento do mesmo para a produção de óleo comestível que alcança grande valor agregado, da casca para a produção de energia e da massa para alimentação humana.
Para cada um destes sete itens criei e redigi um projeto específico, incluindo o projeto da recuperação das pastagens, para transformar antigos pastos em lavouras produtivas.
José Barbosa Leite
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